segunda-feira, 16 de julho de 2007

Pedro Santana Lopes não vai ler o livro...












É um equívoco. Pedro Santana Lopes, candidato vitorioso nas eleições autárquicas de 2001 a Lisboa, declarou à revista NS do jornal "Diário de Notícias" (edição 14.7.07), que não vai perder tempo a ler o livro recentemente publicado"Eleições viciadas?- o frágil destino dos votos". Santana Lopes sempre pensou que o livro pretendia denegri-lo e desvalorizar o seu feito eleitoral. Ora, quem leia o livro verificará que a preocupação do autor se centrou nas lacunas legais que viabilizam a adulteração dos resultados eleitorais - seja por erro como por intenção dolosa - e na averiguação do que se passou nas eleições de 2001 em Lisboa. Foi essa eleição, mas poderia, na verdade, ter sido outra qualquer. O problema é, na realidade, sistémico.
Pedro Santana Lopes não quis falar com o autor no âmbito da pesquisa e agora declara que não lerá o livro. É pena, porque - tal como o seu director de campanha Pedro Pinto se mostrou curioso com factos compilados pelo autor - Pedro Santana Lopes poderia precaver-se da próxima vez que concorrer a um acto eleitoral.
Pedro Santana Lopes disse que "foi preciso a família real perder as eleições para que se fosse investigar ao pormenor". É injusto: quem leia o livro encontrará factos ou declarações reveladores de que existe conhecimento de más práticas tanto à direita como à esquerda. Ou relatos que não abonam a favor da lista "real" perdedora. Mas Pedro Santana Lopes não o saberá porque não vai ler o livro.

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